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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Breve relato ambiental do Morro do Capivari

Diagnóstico Geoambiental do Morro do Capivari

    O Morro do Capivari situa-se no município de Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, aproximadamente 85 km de Curitiba, podendo ser atingido pela BR116 - sentido São Paulo. O acesso se dá por uma estrada de concreto construída para realizar a manutenção de uma estação repetidora da Embratel, situada na meia encosta do morro. Após a estação, uma trilha suave sobre campos de altitude leva até o topo inferior e o topo superior pode ser alcançado por uma trilha sob uma floresta altomontana bem conservada.





















      Apresentando aproximadamente 1600 metros de altitude, o morro apresenta diversos problemas ambientais, tais como movimentos de massa, mineração de granito e incêndios recorrentes. Os incêndios promoveram muitos danos à vegetação que atualmente apresenta indicadores de sua relevância ambiental pretérita, destacando a presença de troncos de médio e grande porte que se encontram carbonizados.






    A localização geográfica do morro determina uma grande relevância ambiental da vegetação. Considerando que a Serra do Mar situa-se entre a planície litorânea e o primeiro planalto paranaense, os conjuntos montanhosos da serra funcionam como obstáculos físicos para a incursão de umidade do oceano. A face leste da serra encontra-se à barlavento e recebe muita umidade do oceano, fato que determina maior nível de precipitação e umidade, criando condições para o desenvolvimento da Floresta Ombrófila Densa. A face oeste (voltada para o primeiro planalto) encontra-se à sotavento em relação à umidade que vem do oceano, determinando desta forma um ambiente mais seco e frio em função da altitude mais elevada, criando condições para o desenvolvimento da Floresta Ombrófila Mista. 
        A interação ecológica entre a Floresta Ombrófila Densa com a Floresta Ombrófila Mista, promove a formação de um ecótono (zona de tensão ecológica), muito rico em biodiversidade, e portanto, frágil do ponto de vista ambiental.
       A partir do primeiro cume do conjunto predomina a Floresta Ombrófila Mista Altomontana, conhecida também como mata nebular. Esta área do morro encontra-se em bom estado de conservação com a presença de bromélias e orquídeas, com destaque para uma espessa camada de serrapilheira que funciona como uma esponja absorvendo e liberando a água da chuva lentamente.



































         Segue abaixo alguns vídeos do morro produzidos no dia 21 de janeiro de 2013. Note os fortes ventos que sopraram o dia todo e a forte neblina.




     Diante de todos estes aspectos e muitos outros aspectos ambientais que não foram tratados neste breve relato, a área do Morro do Capivari é um excelente laboratório à céu aberto para a realização de aulas de campo que envolvam as geociências. Todos os anos, os alunos do curso de Gestão Ambiental da Faculdade Educacional Araucária participam de trabalhos de campo sob a minha orientação, como denotam as fotografias abaixo.














Um abraço!

Prof. Fernando Bonato












2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog Fernando. Vamos outras vezes na Serra pra dar aquela aliviada. Abraço.

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    1. Valeu Valdir! Como seria o mundo atual sem a revolução da internet?

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